Com uma ponta de melancolia, o principezinho ainda foi arrancar os últimos rebentos de embondeiro. Não tencionava voltar. Todas aquelas tarefas tão familiares, lhe pareciam perfeitamente deliciosas nessa manhã. E quando estava a regar a flor pela ultima vez e se preparava para cobri-la com a redoma, sentiu uma grande vontade de chorar.
- Adeus – disse para a flor.
Mas ela não lhe respondeu.
- Adeus – repetiu o principezinho.
A flor tossiu. Mas não era por causa da constipação.
- Fui muito parva – acabou por dizer. – Desculpa. Tenta ser feliz.
Ficou espantado por ela não se por com recriminações. E para ali se deixou ficar, totalmente desconcertado, de redoma no ar. Não conseguia entender aquela mansidão, aquela calma.
- Porquê essa admiração? È obvio que eu gosto de ti – disse a flor. – Por culpa minha nunca o soubeste. Mas, hoje, isso já não tem importância nenhuma. Olha, tu também foste tão parvo como eu. Agora, tenta ser feliz… E deixa essa redoma em paz. Não preciso dela.”
In O Principezinho